👋 sou Lui, autor de “Estruturando Customer Success”.
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Um amigo recentemente leu alguns títulos dessa newsletter e falou:
“Quanta coisa diferente. Não era pra ser sobre Customer Success?”.
Pois bem, aqui temos temas variados.
Chuto que quanto mais eu escrever o que me dá na telha e que serviu para algo, posso estar ajudando mais pessoas em CS direta ou indiretamente. Afinal, os melhores líderes de CS que conheço são também pessoas interessantes em N outros temas da vida - e isso que os faz ser quem são.
Neste artigo vou relatar minha primeira meia maratona (21km)
“That day, for no particular reason, I decided to go for a little run.” (Forrest Gump)
Por volta de 2013 lembro que vivia a juventude plenamente. Isso queria dizer que era tudo ao mesmo tempo: o cara das festas da UFSC, estágios, tocando em Missas e vivendo últimos meses antes de ter que pagar meus boletos. Ao mesmo tempo, essa época marcou um momento meio distante da saúde.
Acordei (ou nem dormi) bem cedo um dia e resolvi correr. Nunca tinha corrido a não ser para jogar bola.
A surpresa foi que estava sem fôlego já no 1o Km. Uma vergonha juvenil. Nunca esqueço esse dia pois desde então, ~12 anos se passaram e essa sensação de impotência e inutilidade foi única. Se com meus 21 anos não conseguia correr, o que seria de mim aos 25, 30, 35?
Na mesma época comecei a encher o saco de um amigo pra me levar pra surfar, e esse foi um dos melhores presentes que também ganhei na vida - fiz amigos e achei um estado de espírito que amo até hoje, mesmo surfando muito menos que gostaria. Mas essa é outra história.
O primeiro par de tênis a gente não esquece
Adoro fazer bench pra poupar tempo - se você é próximo a mim com certeza já te perguntei bastante coisa sobre temas variados, meu muito obrigado.
Então resolvi perguntar a amigos qual tênis comprar. Aí começou minha história duradoura com Asics que dura até hoje. Ótimo custo-benefício. Hoje uso, especialmente para treinos longos, o Asics Gel Cumulus 26.
Lembro que meu primeiro violão (aos 12 anos?) foi bem legal, mas melhor ainda o segundo. E mais empolgante ainda o terceiro. Para corrida a mesma coisa: investir o mínimo em material (tênis, bermuda, meia, camiseta, boné…) te empolga bastante. Meio que fake it until you make it. E olha que naquela época não tínhamos marcas esportivas tão variadas, bonitas e acessíveis quanto hoje.
ex: Lá por 2018 comprei muita coisa da Kupaa e tenho muita coisa deles até hoje, é duradouro apesar de não ser Nike, Adidas, etc.
Run, Forrest, run
Na lista dos Top 3 filmes da minha vida consta “Forrest Gump” (1994).
Sempre achei aquelas cenas dele correndo libertadoras. Simplesmente isso. E entendi que ter referências (fictícias ou não) na corrida faziam bastante a diferença.
Adoro a simplicidade daquelas cenas gravadas entre Utah e Arizona:
"Naquele dia, sem motivo algum, decidi dar uma pequena corrida. Então corri até o fim da estrada. E quando cheguei lá, pensei que talvez fosse correr até o fim da cidade...
"Quando cheguei a outro oceano, achei que, já que tinha ido tão longe, podia muito bem dar meia-volta e continuar correndo. Eu só sentia vontade de correr. Sem razão nenhuma, eu continuei correndo. Corri até o oceano.
"Eu corri por 3 anos, 2 meses, 14 dias e 16 horas até que disse: -estou bem cansado. acho que vou pra casa agora.”
Mas o livro que me fez perceber que corrida não era um hobbie a mais e sim deveria se confundir com minha vida, foi claramente “Do que eu falo quando falo de corrida” de Haruki Murakami. (melhores frases aqui ), que deu origem ao título deste artigo. Acho que li pela primeira vez a 7 anos atrás.
Toda vez que preciso me inspirar, leio as frases - e estou lendo continuamente o livro (3a vez) de forma aleatória no Kindle.
Outras duas ótimas referências para inspiração:
Filme “Prefontaine” (1997) - a triste história de um cara muito inspirador (RIP)
Livro “Shoe Dog” (A Marca da Vitória) - melhores frases aqui - autobiografia do founder da Nike, Phil Knight (RIP)
Why not?
No meio da rotina de Liderança em Customer Success, com uma bebê de (na época) ~6 meses de vida e numa espécie de zona de conforto de corrida pensei sobre uma meia: why not?
Resolvi fazer 2 coisas: assinar a assessoria esportiva com ótimas referências aqui da Ilha - Gustavo Pinto (GPA) e comprar um relógio Garmin (For Runner 55), que recomendo fortemente especialmente para haters do trabalhoso Apple Watch como eu.
Tendo investido isso, fui seguindo os treinamentos via uma espécie de Calendar chamado “Training Peaks” sync com meu Garmin. Toda vez que tinha dúvidas, ficava doente, viagens longas e afins (rolou umas 3x) pedia pro pessoal da GP refazer os treinos levando isso em consideração.
no fim das contas, este ano corri 50h, 270km segundo o Garmin
Shame on me
Eis aqui algumas coisas que não consegui fazer, me adaptar ou vencer (não sou exemplo pra ninguém):
Não fiz fortalecimento como deveria (academia, funcional): o tempo para exercícios teve que focar em puramente correr
Não entrei no 5AM club: 90% dos treinos dia de semana foram a noite (alguns começando tipo 21h30, quando deu), pois não sou o cara mais matutino para exercícios e pela organização familiar
Não me alimentei com nutricionista ou suplementos: isso poderia ter ajudado bastante, aqui me enrolei e não precisava
Óbvio que correr por 12 anos antes da meia facilitou bastante coisa: não sinto que a meia foi algo estranho a meu corpo - não senti dor em nenhuma parte do processo.
Para os longões (no meu caso, 12km → 15km em treino) os carbs em gel ajudaram bastante. Foram como oásis no deserto, dão um up além de nutrientes, algo quase efeito placebo pelo gostinho sempre bom. Recomendo o Z2, o melhor - mas treinei com vários mais baratos (R$4 a R$6), desses que se vende em Declaton ou Centauro. Não recomendo tanto o de café, ao meu ver mais desafiador pra mastigar correndo.
O dia D
A prova saía 6am do continente (fora de Floripa) → entrava na Ilha → voltava pra largada. Portanto, aqui na Beiramar (80% da prova) eu me sentia em casa. Se corresse num lugar desconhecido como Rio, Pomerode, POA ou Chicago com certeza teria um obstáculo a mais, mas não.
Deixei tudo pronto no dia anterior pra evitar surpresas, comi um bom macarrão feito pela esposa (sem ela não conquistaria o sonho) e vamos que vamos! Como diversos amigos falaram:
“Treinasse bem. Agora na prova é só se divertir!”.
Um amigo em especial, comentou que ia tentar me ver na prova - pensei: no máximo vai passar e gritar na finaleira. Mas não. O cara acordou umas 5am pra correr na chuva e no escuro comigo (choveu bastante no começo) só pelo fato de me apoiar. Ele correu (avulso, não fazia parte da prova) uns 11km comigo me deixando tranquilo, trocando ideias breves e dando dicas como subidas-descidas, quando relaxar o corpo, quando não forçar… Depois descobri que fez o mesmo com outros amigos meus em suas estreias também. Que todos tenham um amigo como o TJ!
Quando ele foi embora, faltavam uns ~6km que sinceramente, já eram piece of cake.
Fato relevante: treinei esse tempo todo ouvindo Podcasts e um pouco de música. No último treinamento longo sabia que ia cruzar com uma galera da assessoria correndo e fiquei com vergonha de usar fone (ninguém usa) e fiz a corrida mais concentrada da minha vida (e mais longa até então).
Originalmente pensei em preparar 2h de Podcasts ou músicas para a meia, e com isso percebi que não deveria nem levar fone.
-Não – esqueça a cerveja. E esqueça o sol. Esqueça o vento. Esqueça o artigo que tem de escrever. Apenas se concentre no movimento do pé adiante, um depois do outro. É a única coisa que importa. (Murakami)
Percorri os últimos metros com minha filha no carrinho, just for fun, e fim! Havia conseguido! Por falta de fortalecimento, foquei 0 em tempo - obedeci meu amigo pois a ponte foi meio desafiadora.
Finalizei em: 2h15min; pace de 6:26. Em outras palavras, tranquilão - com mais ousadia dá pra melhorar bastante para a próxima abaixar.
Adaptando outra frase de Murakami,
“Dedico este artigo a todos os corredores que encontrei pelas ruas – os que ultrapassei e os que me ultrapassaram. Sem todos vocês, eu nunca teria continuado a correr.”
Até!
Obrigado por ler.
✌sou Lui von Holleben, autor do livro “Estruturando Customer Success”.
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sucesso e até a próxima.
Que belo relato, Lui! Fico feliz que você tenha superado esse desafio e que esteja aproveitando esse processo da corrida como um todo. Que venham as próximas!