✌Olá, sou Lui von Holleben, autor do livro “Estruturando Customer Success”.
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Em primeiro lugar, adoro receber perguntas. Se você tiver alguma, sobre CS, carreira, startups e por aí vai - me chame no Linkedin. Resolvi responder neste artigo.
Livros foram meus primeiros amigos
Por não ter crescido com crianças em casa, sempre fui de ler bastante. Desde Turma da Mônica; álbuns do Brasileirão; até livros considerados chatos por meus amigos na época. Até hoje, de certa forma, gosto de ficar no meu canto com o Kindle.
Essa forma de introspecção não é um esforço, mas um hábito. Naval Ravikant defende que até o banho pode ser uma forma de meditação, e para mim a leitura também, pois me desafia, me transforma, me faz ser amigo íntimo de autores e personagens.
Portanto, da infância carrego centenas de referências que nunca consegui esquecer. Mantive alguns livros daquela época e consigo revisitá-los com certa frequência, e da parte musical e de cinema não precisamos de muito: Youtube e Spotify estão aí para nos teletransportar.
Taxonomia de Bloom e descrença por dopamina
Certa altura da vida, descobri sobre um tal pedagogo americano chamado Benjamin Bloom, que criou isso aqui:
Em resumo, os níveis mais baixos significam coisas que sacamos o bastante pra lembrar-compreender (ex: “Milton Nascimento é de Minas Gerais”) e os mais altos coisas que somos capazes de criar (ex: “Cantar 20 músicas do Milton de cor e saber contar a sua história”).
Acho que “Somos a média do conteúdo que consumimos”. E já escrevi algumas vezes sobre a beleza de ficar alheio sobre maioria das coisas que nos fazem consumir, como Instagram.
Querida leitora, não caia na pegadinha de achar que está aprendendo por Instagram e por TikTok. Eu acho bem legal, já muito respondi caixinhas de CS por lá (2020 e 23 especialmente), mas confesso que grande parte do tempo mantenho desinstalado do celular. São doses viciantes de dopamina que normalmente te prendem, mas não te fazem passar do “lembrar”. Você vira produto de outros. É um preço caro. Muitas vezes, mais vale um Instagram low-profile para interagir com amigos e família, e é o que fiz com meu Insta pessoal.
Temos cerca de 500mi pessoas ativas diariamente (DAU) no Instagram. Meia hora por dia em média. É muita coisa! Entenda como você pode diminuir este uso ou pelo menos equilibrar melhor, afinal, todo mundo é creator e não vão faltar stories para te prender forever and ever.
A importância do que é inútil
“Gostei, Lui - vou comprar todos os livros de negócios possíveis”. Ok, mas entenda que o inútil ou aparentemente menos útil também serve: filosofia, literatura, poesia, história, e por aí vai.
“A pessoa lê poesia porque é membro da raça humana, e a raça humana está cheia de paixão! Remédios, leis, bancos – são necessários para sustentar a vida. Mas poesia, romance, amor, beleza? É para isso que vivemos!” (Keating - “Sociedade dos Poetas Mortos”)
No meu universo (estruturar Customer Success em empresas) eu admito: os problemas são muito parecidos: taxas de retenção preocupantes, desengajamento de clientes, concorrência e ameaças para o sucesso dos clientes, e por aí vai.
E as soluções? Essas sim dependem de criatividade, inovação, ideias “fora da caixa”, benchmarks adaptados, brainstorms de ideias… dependem da criatividade de seus autores (parte alta da Tax. de Bloom!). Aí entra o poder e a beleza do que é inútil.
E quem é a turma que me ajuda nisso? Cito alguns, que nunca foram C-Level no Linkedin: Rubem Alves; Adélia Prado; Carla Madeira; Milton Nascimento; Ziraldo; Haruki Murakami; Stephen King; os Beatles; Truman Capote; e até o Katinguelê, se você curtir.
O ponto é: tudo o que é aparentemente inútil pode esconder segredos que você jamais imaginaria. Conecte esses pontos. Se precisar, leia “Vamos comprar um poeta”, livrinho que traduz isso.
Para criar, gosto de internalizar
Ok, centenas ou milhares de livros, referências e músicas na cabeça. Como citar isso, remeter, referenciar?
Acho que cada fase da vida carrega seu desafio. Quando comecei a liderar times, procurei todo tipo de referência possível sobre o assunto. Lembro que achei Sinek e John Maxwell e debulhei os caras. Vi todo tipo de vídeo de Youtube, comprei livros, anotei coisas e quando me vi, passei a “ecoar” as ideias deles.
Nesta época, gastei muitas horas para (no bom sentido) me tornar mais Sinek, mais Maxwell na vida. Internalizei eles. Feynman gostava de explicar para o espelho conceitos novos, e assim conseguia internalizá-los. E eu gosto de treinar falando sozinho também.
ps: veja “O Código Bill Gates” na Netflix.
Agora, se um ladrão apontar uma arma na cabeça pedindo uma explicação sobre a Guerra do Paraguai 🇵🇾 não saberei. Não “vivi” isso, não vejo isso desde o colégio, não li nada recente sobre o assunto. Mas se o mesmo ladrão me der 24h, o cenário muda. Estou em 2024 e consigo me organizar para explicar isso ao referido ladrão a partir de N fontes.
Kindle muda vidas
Cansei de falar sobre isso, mas a afirmação “eu gosto mesmo é de livro físico” é uma crença limitante. Não conheci nenhum ávido leitor que proferiu esta frase nos últimos anos.
Eu também amo cheirar livro, mas isso me fazia ler 1 livro por ano. Até eu comprar um Kindle, me acostumar e entender suas maravilhas. O Kindle me proporcionou ler dezenas de livros nos últimos anos e registrar suas melhores frases, todas aqui neste Trello. Ou seja, está tudo registrado. E isso me leva ao próximo ponto.
Meu Blog centralizou todas as ideias de livros
Meu antigo Blog, que virou mais um registrador de ideias (e perdeu espaço para esta newsletter, recentemente) guarda essas frases de livros via Kindle.
Se eu quero revisitar um livro, um autor, uma ideia, consigo fazer isso rapidamente. Perdi as contas de quantas vezes reli frases desses livros citados. E isso ajuda a internalizar e usar isso na vida real.
Sigo poucos e bons Podcasts
Aprender não se restringe a apenas ler.
Já que passo horas da vida lavando louça, correndo, indo ao mercado e afins gosto bastante de ouvir Podcasts. Mas admito que na era em que “todo mundo é creator” precisamos filtrar bem.
Vou deixar uma lista dos top 7 Podcasts que sigo hoje: How I Write; TalksByLeo; Astella Playbook; The Tim Ferriss Show; Lenny’s Podcast; História em Meia Hora, Espiritualidade. Confesso que sou mais do Spotify que Youtube, mas vai de cada um.
Conclusão
Para mim, assim como para Miles Davis, conhecimento = felicidade. Me sinto feliz aprendendo e quero aprender até o último suspiro aqui na terra. Conquistei bastante coisa legal por conta disso e não me arrependo destes hábitos citados.
De qualquer forma, conheço pessoas extremamente bem sucedidas, ricas, com empresas de sucesso que não lêem 1 livro ao ano - e tudo bem, elas acharam seu caminho. Não acho que existe certo ou errado, mas quis aqui compartilhar a minha verdade. Espero que tenham gostado, e mande sua pergunta.
Deixo minha singela homenagem a Ziraldo, que fez parte da minha vida e de tantas outras pessoas. Ontem mesmo revi “Menino Maluquinho - O Filme” pela 30a vez (chutando baixo).
Compartilho um texto que fiz há um ano e meio atrás: “O tempo que faz horas a mais”, retirado diretamente do filme.
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📖 meu livro “Estruturando Customer Success”
sucesso e até a próxima.
Inspirador🤛