Como conseguir reuniões com pessoas ocupadas
estrelando Stuart Mill, Steve Blank e Stephen King
🤘📩 welcome a esta edição da news “Customer Success by Lui”
🔮🤖🚀 aqui falamos sobre Startups, Tech, Venture Capital e especialmente o universo de clientes em tech: CS e CX
Somos um quadro em branco
A mente das crianças é um quadro em branco.
Isso é o que os pais do filósofo inglês Stuart Mill pensavam, afinal:
aos 3 anos o menino já estudava grego antigo
aos 6, escreveu uma história de Roma
aos 7, estudava Platão em sua língua original
aos 8, aprendeu latim
e aos 12, entendia profundamente sobre muitos assuntos complexos
Qual a lição? Se podemos sugar o tutano (aqui recordo de Thoreau) da vida, se conseguimos extrair o melhor, por que não o fazemos? Por que se resignar com pouco?
Acredito bastante que muitas vezes as soluções não estão em nós mesmos, mas no outro.
Mas… como aproximar este outro?
“Sou Ciclano da empresa X. Vou te mandar um áudio pra ficar mais fácil”
Fico de cara que em pleno 2023 ainda recebo abordagens assim.
O Linkedin e o Whatsapp especialmente são os campeões absolutos de abordagens vazias, antigas, ultrapassadas. Em uma era da hiper personalização, da “mensagem certa pra pessoa certa no momento certo”, dos dados, de AI acho impressionante que as pessoas permaneçam fixos em 1980 na hora de abordar os outros.
Em alguns grupos de CS vejo de forma recorrente pedidos genéricos como:
Alguém aí que faz Onboarding topa uma call?
Quem quer falar sobre CS aí?
Vamos fazer uma call para trocar ideias sobre o mercado?
Caraca. Que prompts fajutos. Long way to go, pal.
Será que não existe melhor maneira de se aproximar, de conseguir uma call, de obter interesse do outro?
Steve Blank e Silicon Valley
O empreendedor e autor Steve Blank dá seu pitaco em um artigo de 2013.
Ele conta que esse tipo de troca “eu doar meu tempo pra te ajudar” é comum no Vale do Silício desde os anos 60. Nos negócios de semicondutores, concorrentes se ajudavam com bugs no processo de fabricação de chips. Uma troca pura, objetiva, clara.
Com pedidos de reunião chovendo em sua caixa de entrada, Blank chegou a uma premissa:
“Priorizarei reuniões com pessoas que poderiam me ensinar algo que não sei”
Ou seja, um bom approach seria:
“Vamos tomar um café para trocar uma ideia sobre [TAL ASSUNTO]
e em troca, contarei tudo o que aprendemos sobre [OUTRO ASSUNTO]?”
E a reunião vira bidirecional. Bingo.
Depois tire um minutinho, teste isso com o próprio Steve Blank e me conte como foi. rs
Stephen King entra no jogo
Se você já se aterrorizou lendo ou vendo “O Iluminado”, “A Espera de um Milagre”, “Carrie”, dentre outras obras, você conhece um pouco de King.
Para falar disso, eis aqui um trecho do meu livro “Estruturando Customer Success” em primeira mão:
“[…] Fato é que a comunidade de CS adora “fazer bench”, mas achei pertinente provocar uma reflexão: será que estamos fazendo isso da maneira certa? Percebo que precisamos, como comunidade, especificarmos mais os pedidos de bench, nos perguntando:
Qual a principal dor ou desafio que tenho?
O que já tentei para resolver essa dor ou desafio?
Caso faça bench com alguém, o que essa pessoa precisa ter passado preferencialmente?
Qual objetivo desse bench?
O bench precisa acontecer via call, ou pode ter outros formatos para facilitar a pessoa que resolveu ajudar? Se via call, quanto tempo deve durar (pensando na pessoa (mentora) e não em você)?
Stephen King, fantástico autor de terror americano, em seu livro “Sobre a Escrita” traz uma teoria interessante para conseguir coisas de outras pessoas (no caso dele, editoras, antes dele ficar famoso) que adaptei anos atrás para benchs. Funcionaria assim:
“Olá, [NOME]! Vi que você é especialista em [ALGO] por causa de [ALGUMA COISA QUE LI OU OUVI VIA UMA PESSOA EM COMUM].
Sou [NOME] da [EMPRESA] e estou passando por [DOR ou DESAFIO ATUAL] e seria valioso poder entender o que posso fazer melhor por aqui.
Você teria disponibilidade para conversar [X MINUTOS] sobre o assunto – ou se não tiver tempo no momento, podemos fazer por [OPÇÃO B e C, por exemplo Áudios do Whatsapp ou E-mail estruturado]?
Muito obrigado!”
Assim que a pessoa aceitar, se comprometa a enviar previamente as principais perguntas ou pontos que você vai trazer, de repente no próprio invite.
Uma vez passei 1h conversando com um time que mal sabia qual o desafio que tinha em mãos, muito menos tinha se esforçado minimamente para tentar resolver antes de pedir o bench. Dava pra ver que não estava claro o porquê daquela sessão de mentoria para nenhum dos lados – não foi a primeira vez que isso aconteceu. E confesso que isso me desanimou como mentor.
Respeite o tempo do outro e assim você conseguirá ter melhores relações, benchmarks e um networking bacana, afinal muitas vezes networking mais se parece com “not working” (não trabalhando, tempo perdido).
Valorize seu mentor!”
Conclusão sobre o assunto
Seja uma pessoa mais específica, objetiva, faça esses exercícios antes de pedir reuniões com pessoas ocupadas.
E assim fazendo, possivelmente você aquecerá sua rede de networking, gerando valor, e não sendo mais um, afinal, o “outro” pode te dar atalhos e acelerar seu crescimento em alguns minutinhos.
O estilo de Capote
Mudando de assunto, recentemente li “Breakfast at Tiffany’s” (Bonequinha de Luxo), um conto de Truman Capote.
Não conhecia o autor, até ver o filme “Capote” no Amazon Prime. Fiquei vidrado em seu estilo, sua escrita, a maneira com que descreve detalhes. Um verdadeiro WOW moment para este que vos escreve. Deixo um pequeno trecho abaixo.
“Fosse como fosse, não tocou mais a minha campainha. Senti falta daquilo; e, conforme os dias se sucediam, comecei a esboçar algum ressentimento contra ela, como se o meu melhor amigo fizesse pouco caso de mim. Uma solidão inquietante tomou conta da minha vida, sem suscitar nenhuma ânsia pelos amigos de mais longa data: eles agora me pareciam uma espécie de dieta sem sal nem açúcar.”
obrigado por ler até aqui, não esqueça de compartilhar:
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muito sucesso para você e para seus clientes.
até a próxima.